eu sei por que o pássaro canta na gaiola - maya angelou
Eu sei por que o pássaro canta na gaiola foi o último livro que terminei por aqui, e o primeiro que li da Maya Angelou. Ele já estava na minha wishlist faz um tempo e, esses dias, a Taís Araújo começou um clube do livro no Canal de Transmissão dela do Instagram, esse livro era o da vez, e assim chegou a hora de conhecer essa grande autora 🤍
O único contato anterior que tive com a literatura da Maya Angelou foi quando meu irmão mais novo, uns dois anos atrás, decidiu ler pra mim algumas poesias de um livro infantil que ele tem dela. Dado esse contexto, confesso: já comecei a ler o livro cheia de nostalgia no coração, com a sensação de encontrar uma pessoa querida.
Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola é a primeira autobiografia de Maya Angelou, onde ela fala sobre sua infância e adolescência como uma menina negra nos Estados Unidos das décadas de 1930 e 1940. O que mais me marcou durante a leitura foi o jeito literário e poético com que Maya escreve uma biografia, com uma riqueza de detalhes impressionante sobre as histórias da sua infância.


Aqui os meus trechos favoritos:
“Sua vó diz que você lê muito. Em todas as oportunidades que tem. Isso é bom, mas não o suficiente. Palavras significam mais do que é colocado no papel. É preciso a voz humana para dar a elas as nuances do significado mais profundo.” - esse entrou para os meus trechos de livros favoritos. pra lembrar que ler é bom, analisar é ótimo, estudar uma coisa por todos os ângulos pode ajudar. mas sem a elaboração que sai de você, aquela que você sente, que tem volume e nuance, o significado se perde.
“Ele explicou, quando éramos menores, que quando as coisas ficavam muito ruins, a alma dele rastejava para trás do coração, se encolhia e ia dormir. Quando acordava, a coisa assustadora tinha ido embora.” - me fez lembrar como sentia algumas coisas quando criança. ou melhor, de como a minha criança sente algumas coisas.
“Minhas lágrimas não foram por Bailey, nem por mamãe, nem por mim mesma, mas pelo desamparo dos mortais que vivem com o sofrimento da Vida. Para evitar esse amargo fim, nós teríamos todos que nascer de novo, e renascer conhecendo as alternativas.” - belíssima poesia sobre a complexidade da vida e do atrito entre indivíduos se relacionando.
“Ficar sozinha na corda bamba do desconhecimento da juventude é vivenciar a beleza excruciante da liberdade total e a ameaça de eterna indecisão. Poucos - se é que alguém - sobrevivem à adolescência. A maioria se rende à pressão vaga e assassina da conformidade adulta. Fica mais fácil morrer e evitar conflitos do que travar uma batalha constante com as forças superiores da maturidade.” - lembrei de uma reflexão desses dias que era: quão difícil é se manter verdadeiro a você em meio a tanto conflito com o externo. de como sempre temos que estar atentos pra não cair num tipo de armadilha que envolve essa conformidade adulta.
A história é complexa, impressionante, linda e cheia de dor. É de entristecer, e também de curar. Esse foi um livro em que fiz poucas marcações, mas as que fiz foram frases que, quando li, parecia que estava encontrando alguma coisa que já tava ali dentro de mim. Um belíssimo encontro, indico muito a leitura.
Espero que você tenha gostado do conteúdo e fique à vontade para responder - tô sempre online pro clube do livro.
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